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AUGUSTO DOS ANJOS

Atualizado: 8 de ago. de 2021

O mais original dos poetas brasileiros


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Augusto dos anjos veio da paraíba para o Rio de Janeiro em 1910. com 26 ano recém-casado, pensava conseguir na capital do Brasil um meio de subsistência compatível com a cultura e o talento que possuía. Não teve exito em sua desilusão seria ainda maior: não encontrou nem mesmo quem lhe apreciasse o astro. Para publicar aquele que viria a ser seu único livro, precisou valer-se do auxílio financeiro do irmão.

A crítica contemporânea o ignorou e, se alguma exceção de abriu, foi para reputá-lo autor de versos estapafúrdios e aberrantes. De certo modo, o repúdio ao seu engenho poético e as penas da vida familiar confirmavam a voz pessimista do poeta, que cantava (e co que personalidade!) a onipresença da dor e a excludente destinação do homem á morte, aos vermes e ao pó.

Conta francisco de Assis Barbosa que, em novembro de 1914, Orris Soares e Heitor lima encontram-se com Olavo Bilac. Um grande poeta, responderam-lhe, e Heitor lima aceitou o soneto, Versos a um coveiro. Bilac sorriu superiormente e comentou:"Fez bem em morrer, não se perde grande coisa".

Bilac não viveu o bastante para perceber que se enganara. Os anos da guerra modificavam o gosto dos leitores e a literatura excedia o frívolo tropo de "sorriso da sociedade". Da terceira edição de mim em 1928, venderam-se 5.500 exemplares em dois meses os primeiros 3.000 em apenas 15 dias. Era o começo da longa e acidentada via do reconhecimento público, que faria de augusto o que ele é hoje, um dos mais admirados poetas brasileiros, por certo, o mais original.


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A DOR

Chama-se Dor, e quando passa, enluta

E todo mundo quer por ela passar

Há de beber taça da cicuta

E há de beber até o fim da taça!

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Há de beber,enxuto o olhar, e enxuta

A face, e o travo há de sentir e a ameaça

Amarga dessa desgraça fruta

Que é a amargosa fruta da desgraça!

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E quando o mundo todo paralisa

E quando a multidão toda agoniza,

Ela, ainda altiva, ela ainda o olhar sereno,

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De agonizante multidão rodeada,

Derrama em cada boca envenenada

Mais uma gota do fatal veneno!


Augusto dos Anjos (1884-1914) foi ignorado pela crítica do do começo do seculo XX. Se alguma exceção de abriu foi para reputa-lo como autor de versos estapafúrdios e aberrantes. Nas décadas seguintes acabou reconhecido como um dos mais admirados poetas brasileiros. Este volume inclui "eu"(1912), único livro publicado em vida, e outras poesias publicadas de maneira esparsa. Augusto dos Anjos é, certamente, o precursor da moderna poesia brasileira, poesia esta que daria seu voo somente em 1922, na célebre Semana da Arte Moderna.


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